Soy loco por ti América

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O último dia da janela internacional do futebol brasileiro foi uma verdadeira integração do Brasil com nossos vizinhos de continente. Só entre os times da Série A, quatro contratações chegaram nas últimas 12 horas e mostraram que os clubes daqui estão ligados no que, às vezes, acontece bem diante de nossos próprios olhos.

O Atlético Mineiro está acertando os últimos detalhes com Rómulo Otero. Ele tem 23 anos, joga no Huachipato, do Chile, e defendeu a Seleção Venezuelana na Copa América Centenário. Bom cobrador de faltas, é apontado como uma boa aposta para o meio-campo e ataque.

O Fluminense também cruzou a fronteira, mas foi até a Argentina para trazer o meia atacante Claudio Aquino, do Independiente. Também é jovem, tem 24 anos e veio por empréstimo. Ele chegou dizendo ser meia ofensivo e terá um ano para mostrar futebol para Levir Culpi,

No começo da noite, quando faltavam menos de seis horas para o fim da janela, o Internacional informou a contratação do uruguaio Nico Lopez. Ele foi desejado por Atlético Mineiro, São Paulo e Corinthians. O próprio atacante, na semana passada, revelou o interesse são-paulino. Mas optou pelo time que disse gostar desde pequeno.

O atacante de 22 anos, que defendeu o Nacional, de Montevidéu, pertencia à Udinese e foi comprado por 11 milhões de euros com ajuda  do empresário e dono da DIS, Delcir Sondas.

O tempo se esgotava e o São Paulo não quis perder mais tempo. Sem conseguir trazer Milton Caraglio, do Tijuana, do México, decidiu ir mais perto. No Boca Juniors, foi buscar Chavez, um atacante canhoto, de força na chegada ao ataque e que atua mais aberto. Chavez veio por empréstimo de um ano e foi indicado pelo técnico são-paulino Edgardo Bauza.

São apostas. Jovens dispostos a vencer no nosso futebol. De todos, o de melhor  currículo é o reforço colorado. Se vão vingar, só com a bola rolando saberemos.

Empate justo e sem brilho

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Não era exagero apontar o Corinthians como favorito ao clássico com o São Paulo. Vinha de 4 vitórias seguidas, uma semana inteira pra treinar contra um adversário que foi eliminado da Libertadores, perdeu seus principais atacantes e tem oscilado muito no Brasileirão.

O que se viu em Itaquera foi um confronto de intermediária à intermediária. Muita marcação, certa troca de passes e pouquíssimas finalizações. No primeiro tempo, um gol pra cada lado e outra boa defesa do Dênis.

Na etapa final, o Corinthians deu uma cabeçada ao gol em outro ótima defesa do goleiro, afrouxou a marcação e viu o São Paulo tomar conta do jogo, mas sem finalizar. Hudson teve duas chances, uma em que entrou na área e Cassio salvou, e outra em que Yago tirou.

Para chegar à primeira vitória, faltou qualidade no ataque ao São Paulo. Apenas Cueva teve algum brilho e sem ter com quem tabelar. As chegadas dos volantes foi uma boa saída de Edgardo Bauza.

Ao Corinthians faltou bola. Giovanni Augusto fez mais uma partida ruim pelo meio. Guilherme entrou e nada mudou. Romero e Marquinhos Gabriel também foram anulados. E as mexidas não surtiram efeito. Especialmente a entrada de Elias em lugar de Rodriguinho, que ao menos marcava e recompunha. Ao sair, abriu-se um buraco no setor e os são-paulinos tomaram conta. No fim, um empate justo e futebol de menos para o maior público do ano na Arena Corinthians.

Clássico pode valer a liderança

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Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians

Ainda há muita água para passar por baixo da ponte, mas se o Corinthians esperava uma boa oportunidade para assumir a liderança, amanhã pode ser a chance. As circunstâncias levam a pensar nisso com mais força do que normalmente. Apesar de ser um clássico, o encontro de domingo em Itaquera tem vários aspectos favoráveis.

Como pontos positivos temos o fato de jogar em casa para 40 mil pessoas, num campo em que não perde há onze meses. Além disso, o time de Cristóvão Borges tem mostrado um forte sistema defensivo, que suporta pressão, e tranquilidade para atacar quando tem chance. Os números sobre o adversário também ajudam. Dos grandes do estado, só o São Paulo não sabe o que é vencer no estádio novo corintiano. Foram 4 jogos, 4 derrotas, entre elas uma goleada histórica de 6 a 1 no ano passado.

A fase são-paulina também ajuda. Vem de uma eliminação na Libertadores, perdeu seus melhores jogadores (Ganso e Calleri) vendidos. A ver como vão reagir os comandados de Edgardo Bauza.

E para ser líder, claro, vai precisar de uma reação imediata do Internacional. Atuando em Porto Alegre, vindo de 4 derrotas seguidas, a crise só não é maior porque trocou de técnico. Falcão assumiu o lugar de Argel e isso pode motivar a equipe diante do líder Palmeiras. Um tropeço verde no Sul e a manutenção do tabu corintiano em Itaquera serão suficientes para o Corinthians chegar ao primeiro lugar. Agora, só falta combinar com todo mundo.

Por favor, defina “representação política”

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Já há algum tempo, eu tenho escutado que o Brasil está acéfalo na Confederação Sul-americana de Futebol. Quase sempre a frase surge após uma eliminação de um clube brasileiro ou da nossa seleção em algum torneio do continente. Escutei de ex-jogadores como Ronaldo Fenômeno, e ultimamente na voz de jornalistas. Gostaria de entender o que os meus amigos da Imprensa estão sugerindo.

Realmente, a Seleção Brasileira foi eliminada da Copa América Centenária ao perder com um gol de mão do peruano. Também não se pode negar que a arbitragem andou mal na Libertadores. Mas o que estamos querendo? O que se entende por “representação política”? Se for para evitar erros da arbitragem, então, estamos admitindo que existe trabalho de bastidor. Estamos levando em conta o que Julio Grondona, na época presidente da Associação Argentina de Futebol, disse por telefone a um dirigente: que havia escalado Carlos Amarilla para apitar a partida do Boca Júniors contra o Corinthians em 2013.

Porque se estão sugerindo isso, seria bom que investigassem, que fossem atrás, fizessem o seu papel. Se os dirigentes dos clubes brasileiros concordam com a tese, deveriam tomar uma posição contrária ao comando da Conmebol. Normalmente, nossos presidentes tratam apenas de vociferar após os maus resultados.

É verdade que Marco Polo del Nero não representa o Brasil há um ano, que a CBF quase sempre manda outra pessoa para uma reunião na Fifa ou na sede da entidade sul-americana. Porém isso não pode esconder os fracassos dentro de campo. Não podemos esquecer que o Brasil só fez gol no Haiti durante a fase de grupos nos Estados Unidos. Que o chefe da comissão de arbitragem daquela competição era o brasileiro Wilson Seneme. Não se pode esquecer que o Atlético  Nacional é o melhor time da Libertadores e foi melhor nos dois jogos. E que erros da arbitragem aconteceram em todas as fases e com todos os times. Ou não houve um pênalti de Hudson ao segurar a camisa de Leonardo Silva, contra o Atlético Mineiro, na fase anterior? Como bem disse o jornalista inglês Tim Vickery,  “o futebol brasileiro ainda está fugindo da realidade, se escondendo atrás de chamado ‘momentos polêmicos.'”

Juiz errou, mas o Nacional foi melhor

 

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O torcedor do São Paulo foi dormir irritado com o juiz chileno Patrício Polic e com razão. Ele realmente errou ao não marcar um pênalti em Hudson no último minuto do primeiro tempo. Naquela altura, estava tudo 1 a 1 e se a infração fosse marcada, o time brasileiro teria a chance de virar o jogo na frente.

Ficaria faltando todo o segundo tempo para marcar mais um e ir para a final. Mas para quem tinha que vencer por três gols de diferença, ele voltou a apresentar a fragilidade técnica. Suas melhores e únicas oportunidades foram em duas bolas levantadas na área colombiana. A primeira, Calleri encobriu o goleiro Armani, e na segunda, o atacante, e artilheiro da Libertadores, acertou o lado externo do travessão.

E ficou nisso. O Nacional abusou da variação de jogadas. Fez o gol de empate com bola longa enfiada nas costas de Lugano. Borja, que já havia feito dois gols no jogo do Morumbi, tocou cruzado, sem chance de defesa. Além disso, Marlos perdeu dois gols dentro da área com jogadas esticadas na avenida Mena. O lateral não aguentou o ritmo da partida e os colombianos exploraram ali o tempo todo.

Na segunda etapa, o São Paulo voltou frio. Trocou passes sem criatividade. Reclamou de um pênalti que eu também não marcaria. Para mim, foi bola na mão. E viu o melhor time da competição envolver os brasileiros e controlar o placar. Criou outras 3 ótimas chances e fez o gol da vitória num pênalti existente. Carlinhos pulou com braço aberto, no língua da arbitragem, “atacou a bola”. Borja bateu muito bem. 2 a 1.

As expulsões de Lugano e Wesley foram consequência de quem sabia que não tinha mais chances. O São Paulo foi longe demais, se esfarelou ao longo da parada entre as quartas de final e as semifinais e agora vai pensar no Brasileirão, enquanto o Nacional espera pelo adversário.

 

E não há mais Brasil na Libertadores!

imageA eliminação do São Paulo nas semifinais da Libertadores aumenta o jejum brasileiro de participação em finais da principal competição sul-americana. Já são três anos sem um clube do país. O último, Atlético Mineiro em 2013. De lá pra cá foram dois argentinos, um paraguaio, um mexicano, agora o Nacional, da Colômbia,  e amanhã saberemos se será o Boca Júniors (terceiro argentino) ou o Independiente del Valle, do Equador.

Esse jejum nacional não acontecia por tanto tempo desde 1992 quando o São Paulo quebrou o tabu de sete anos sem um brasileiro na decisão da Libertadores. No caso atual, só estamos reforçando a atual fase do nosso futebol. A Seleção é sexta colocada nas Eliminatórias atrás de, vejam só que surpresa, Colômbia, Argentina e Equador. Há quem ache que estamos olhando o copo meio vazio, que somos eternos pessimistas com complexo de vira-latas. Eu prefiro chamar tudo isso de constatação.

São Paulo corre atrás de Nico Lopez

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O atacante uruguaio Nico Lopez já esteve em várias listas de reforços de clubes brasileiros. Nesta semana, o nome dele surgiu outra vez e, segundo a imprensa do Uruguai, agora o interessado seria o São Paulo. “Ouvi dizer que eles fizeram uma oferta, mas não sei se chegou.” O jogador pertence à Udinese, da Itália, e avisou publicamente que não pretende deixar o Nacional, de Montevideu. “Não estou contente em sair agora, quero deixar o clube quando for campeão.”

O contato com o time italiano é feito através do agente Pablo Betancour, que teria comunicado a intenção de Lopez em permanecer no futebol do seu país. Além do São Paulo, Nico já esteve na lista do Internacional, Corinthians e Atlético Mineiro. Ele disputou a última Libertadores, quando eliminou o time corintiano em Itaquera e depois perdeu a vaga para as semifinais diante do Boca Júniors.

Hoje é dia de se respirar São Paulo F.C.

O são-paulino já tomou as timelines das redes sociais. São fotos, frases de efeito e afeto ao clube do coração. Ele respira a partida contra o Nacional, de Medellin, como quem toma o último ar puro. Não há brechas para pensamentos negativos.

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Os últimos anos foram muito duros a ele. O torcedor do São Paulo, tão mal acostumado a vitórias, viu a história mudar. Nas últimas oito temporadas, teve que se contentar com um Sul-americano e nada mais. Onde se vendia organização, agora tem sopapos, registros policiais e presidentes depostos. Viu a cidade receber estádios modernos e o querido Morumbi deixado de fora da Copa do Mundo. Seus rivais ganharam títulos nacionais e internacionais. Enquanto isso…

Enquanto isso são-paulino, seu time foi ganhando forma e de um jeito argentino. Edgardo Bauza chegou em janeiro para dar uma cara a quem não tinha identidade. Começou acertando a defesa, descobriu Maicon como líder do grupo. Por cima, por baixo e no cara a cara. O São Paulo ganhou um capitão.

E foi com muita conversa que o treinador fez a maior contratação: trouxe de volta o futebol de Paulo Henrique Ganso. Fez o meia acreditar que era possível voltar a jogar bem e o convenceu a ficar próximo da área, chutar mais a gol. Para a tristeza são-paulina, o seu melhor jogador estará fora do confronto das semifinais. Perde em acertos de passes, conexão meio-campo/ataque, mas quem quer ser campeão da Libertadores precisa ter mais opções. Ítalo será o escolhido. “De outra forma, teríamos que usar jogadores muito jovens”, antecipou o treinador.

A sintonia fina do vestiário do São Paulo foi passada com muita conversa. Paton conseguiu convencer a todos que, a seu modo, se poderia chegar a algum lugar. O time comprou a ideia e foi se montando. “Alguém pode não gostar, mas temos sim um jeito. E os atletas sabem como devem jogar. Tivemos momentos muito difíceis e a equipe demonstrou personalidade e identidade muito clara, por isso estamos hoje entre os 4 melhores.”

E será desse jeito que o São Paulo pretende seguir adiante na Libertadores. Hoje é dia de você tomar as arquibancadas do Morumbi para ver o time de Bauza: “A equipe vai deixar a vida para deixar todo são-paulino feliz.”

 

 

 

 

Argentina pode tirar técnico do São Paulo

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Às vésperas de começar a decidir uma vaga nas finais da Libertadores da América, o São Paulo pode passar a conviver com um problema semelhante ao que atingiu o Corinthians nos últimos meses: ver seu técnico como provável nome para assumir a seleção nacional.

No caso são-paulino, o nome de Edgardo Bauza está cotado desde ontem para dirigir a Argentina na sequência das eliminatórias para a Copa da Rússia. Isso porque Tato Martino entregou o cargo hoje diante da indefinição sobre quais seriam os jogadores que poderia contar na Olimpíada do Rio, no mês que vem. A ameaça dos clubes argentinos de não ceder ninguém irritou o então treinador a tal ponto que optou por sair.

A Associação de Futebol Argentino determinou que Julio Olarticoechea será o treinador olímpico. Ele era técnico da seleção feminina e havia assumido interinamente a equipe sub-20 masculina. O problema é achar o nome ideal para conduzir o time principal no momento em que Messi comunicou que não pretende mais defender a seleção e pode ser acompanhado por outros.

Os nomes de Simeone, no Atlético de Madri, Gallardo, no River Plate, Pochettino, no Tottenham da Inglaterra, Sampaoli, que acaba de assumir o Sevilha na Espanha, e Edgardo Bauza, do São Paulo, foram citados pela imprensa local. Para azar dos são-paulinos a resposta do técnico não poderia soar mais como música para os ouvidos dos dirigentes argentinos: “quem não gostaria de dirigir a seleção do seu país”, respondeu, se dizendo triste com a interrupção do trabalho do colega Martino.

Quem assumir terá, em dois meses, o Uruguai, em Mendoza, dia 1º de setembro, e no dia 6, a Venezuela, em Mérida. Terá também que assumir o risco de enfrentar um facão que derrubou seis técnicos em 12 anos, desde que Marcelo Bielsa deixou a AFA em 2004. Depois, foram José Pekerman, entre 2004/06; Alfio Basile, 2006/08; Diego Maradona, 2008/10; Sérgio Batista, 2010/11; Alejandro Sabella, 2011/14; Tata Martino, 2014/16.

 

 

 

 

Bauza e Rueda voltam a se encontrar

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Eles nunca trabalharam juntos, mas Edgardo Bauza já ajudou, e muito, Reinaldo Rueda. O hoje técnico do São Paulo forneceu vários jogadores ao então treinador da Seleção Equatoriana. O argentino dirigia a Liga Deportiva Universitária, de Quito, time que já fizera ser campeão da Libertadores em 2008, e que reassumiu na volta do futebol árabe, em 2010.

Foi nesta época que encontrou Rueda no comando da seleção do Equador. “Conversávamos muito, trocávamos ideias. Sei como ele sabe montar seus times e como gosta de jogar. Por isso sei das dificuldades que teremos”, analisou Bauza.  O Nacional, de Medellin, perdeu apenas um jogo na Libertadores e chamou a atenção especialmente na primeira fase. Se classificou para as semifinais de maneira épica contra o Rosário Central e veio a São Paulo apenas sem Copete, do time titular, negociado com o Santos.

Para combater as armas colombianas, o técnico do São Paulo trabalhou para ter um time que tenha inteligência na hora de ser ofensivo, sem deixar espaços para o contragolpe. “Tem que atacar, mas atacar bem. Jogaremos contra uma equipe que sabe o que faz com a bola. Sabe compactar. Não podemos ter erros, eles te custam caro e te deixam de fora de torneios como a libertadores.”